Editorial da Edição
RPPR, Rio de Janeiro, vol. 5, nº 2, Maio a Agosto de 2018, publicado em agosto de 2018
Editorial nº 2, vol. 5 de 2018
Os primeiros textos do presente número 2 do volume 5 de 2018 da Revista Política e Planejamento Regional discutem formas e possibilidades de desenvolvimento regional tanto em relação a abordagens de ordenamento territorial como da agro-ecologia.
Aproveitando-se de uma revisão da bibliografia a este respeito, Lívia Gabriela Damião de Lima e Larissa da Silva Ferreira Alves vão mostrar, no seu trabalho “Aproximações teóricas-conceituais entre ordenamento do território e desenvolvimento regional”, a indissociabilidade entre desenvolvimento regional e ordenamento territorial no que tange ao planejamento territorial a partir das ações de ordenamento territorial efetivadas pelo Estado.
Já no texto seguinte, Lucia Marisy Souza Ribeiro de Oliveira e Jussara de Souza Oliveira apropriam-se da abordagem territorial para discutir uma estratégia de desenvolvimento rural sustentável que envolve a participação de diferentes atores na discussão e execução das políticas públicas sob o título “Abordagem territorial e valorização da agricultura familiar na perspectiva do desenvolvimento sustentável”.
No artigo “O (des)envolvimento nos territórios camponeses em brejos de altitude: Gravatá, Pernambuco” as autoras Izabela Cristina Gomes da Silva e Alexandra Maria de Oliveira adotam uma perspectiva crítica em relação à implementação de políticas desenvolvimentistas em territórios tradicionais camponeses e procuram mostrar que um movimento agro-ecológico pode se opor à lógica desenvolvimentista, a partir da negação da dicotomia sociedade-natureza defendida que caracteriza a modernidade ocidental.
Trazendo a realidade argentina para a presente discussão, o texto seguinte de Ariel Oscar García “Brechas de capacidad y ¿autonomía enraizada?: la experiencia del Programa Federal de Apoyo al Desarrollo Rural Sustentable, ProFeder (Argentina, 2003-2016)” mantêm uma proximidade com o conjunto dos textos anteriores na medida em que analisa a implementação do Programa Federal de Apoio ao Desenvolvimento Rural Sustentável (Profeder), estabelecido em 2003 pelo Instituto Nacional de Tecnologia Agrícola (INTA) e chega a propor um redireccionamento da sua atuação para a agricultura familiar num nível microinstitucional, práticas sedimentadas e rotineiras, por um lado, e por outro lado, a partir de um diagnóstico da definição de instrumentos alternativos.
Com uma temática voltada para a região Nordeste, o atual número fecha com o artigo “Migração interestadual para a Região Metropolitana do Cariri (RMC)” que analisa a migração interestadual para a RMC, através das categorias de migrante de retorno e migrante não-natural. Os autores João Gomes da Silva e Silvana Nunes de Queiroz apontam que, em sua maioria, os retornados e os imigrantes não-naturais são procedentes do estado de São Paulo e Pernambuco, e se destinaram notadamente aos municípios de Juazeiro do Norte, Crato e Barbalha devido às oportunidades de empregos nos mais variados segmentos da atividade econômica, à presença de infraestrutura e de universidades.
Boa leitura
Editores da RPPR